Desmistificando o Conceito de “Vos Sois Deuses”: Entenda Deus Dentro de Ti e Dentro do Outro
Saudações,
Este texto tem como intenção levar o leitor à reflexão, à meditação e ao entendimento de como todos nós somos Deuses. Não apenas isso, pois ao levá-lo a este entendimento, sua visão de mundo mudará de forma extraordinária. Por isso, gostaria de avisá-los que pode ser necessário ler este texto mais de uma vez para um entendimento final aprofundado. Ao longo deste texto, iremos relembrar parábolas, passagens, leis universais, etc., para que a clarificação sobre essa questão seja absorvida da melhor forma.
Introdução
Há aproximadamente 3 mil anos, existia um príncipe que tinha uma grande quantidade de bens e riquezas materiais e que nunca havia saído de seu palácio. Até que, certo dia, este príncipe resolveu sair para conhecer o mundo que existia lá fora, junto com os seus auxiliares. Ao passear pelo lado de fora do palácio, deparou-se com uma realidade que ele não conhecia. Ao decorrer da caminhada, ele via pessoas extremamente fora dos padrões de vida dele: pessoas famintas, doentes, sem membros do corpo e até mesmo cadáveres abandonados. Sempre que ele via algo novo, perguntava a um de seus serventes do que se tratava aquilo, e como resposta recebia que se tratava de pobreza.
Então, o príncipe voltou para o palácio e, durante dias, ficou reflexivo, pois o que ele viu foi algo muito impactante. Ele resolveu ajudar praticando caridade e auxiliando os mais necessitados. Entretanto, por muitas vezes, ele se frustrava, pois acabava se deparando com a arrogância e a ingratidão daquelas pessoas. Então, o príncipe resolveu ir até um bosque próximo ao seu palácio, sentou-se debaixo de uma árvore e meditou durante 40 dias e 40 noites, até que ele se iluminou. Esse príncipe, chamado Sidarta Gautama, hoje nós conhecemos como Buda.
Esta simples parábola pode nos fornecer muitas informações sobre a verdade última se meditarmos sobre ela. Afinal, o que Sidarta Gautama viu depois que passou 40 dias e 40 noites meditando embaixo de uma árvore ao ponto de se iluminar? Para que eu possa clarificar a resposta desta questão, precisarei relembrar alguns conceitos do universo holístico e esotérico para que possamos compreender melhor ao decorrer do texto.
Na antiga escola egípcia de filosofia, foi-nos apresentado o conceito sobre como o universo funciona através das 7 leis herméticas. Estas 7 leis herméticas são:
- Princípio do Mentalismo
- “O Todo é Mente; o Universo é Mental.”
- Este princípio afirma que tudo o que existe é uma manifestação da mente universal. O universo e tudo nele contido são produtos da mente infinita do Todo.
- Princípio da Correspondência
- “O que está em cima é como o que está embaixo; o que está dentro é como o que está fora.”
- Este princípio sugere que existe uma correspondência entre os diferentes planos de existência: físico, mental e espiritual. O microcosmo reflete o macrocosmo e vice-versa.
- Princípio da Vibração
- “Nada está parado; tudo se move; tudo vibra.”
- Este princípio afirma que tudo no universo está em constante movimento e vibração. Desde a matéria mais densa até a energia mais sutil, tudo está em um estado de vibração contínua.
- Princípio da Polaridade
- “Tudo é duplo; tudo tem dois polos; tudo tem o seu par de opostos; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados.”
- Este princípio ensina que tudo possui dois polos ou aspectos opostos, mas que são, na verdade, diferentes graus da mesma coisa. Por exemplo, calor e frio são apenas variações de temperatura.
- Princípio do Ritmo
- “Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação.”
- Este princípio afirma que tudo se manifesta em um movimento pendular, indo e vindo, subindo e descendo. Esse ritmo é uma compensação universal que mantém o equilíbrio.
- Princípio de Causa e Efeito
- “Toda causa tem seu efeito; todo efeito tem sua causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o acaso é simplesmente um nome dado a uma lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, mas nada escapa à Lei.”
- Este princípio estabelece que nada acontece por acaso e que toda ação gera uma reação. Cada evento é causado por algo que o precedeu, e ele próprio é a causa de eventos subsequentes.
- Princípio de Gênero
- “O gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os planos.”
- Este princípio ensina que o gênero está presente em todas as coisas, manifestando-se como masculino e feminino. Esses princípios são fundamentais para a criação e a geração em todos os níveis de existência.
Refletiremos agora sobre 3 das 7 leis herméticas: a lei do Mentalismo, da Correspondência e a lei da Causa e Efeito.
O Mentalismo e a Correspondência
Quando Sidarta Gautama sentou-se embaixo da árvore para meditar, ao decorrer desta meditação, acabou lidando com algumas situações em sua cabeça. Estas situações são muito semelhantes às de todos nós. Por muitas vezes, ao longo da jornada da nossa vida, não compreendemos muitas coisas e nos questionamos sobre elas. Quando usamos a nossa régua moral para medir o outro, percebendo os seus defeitos, acabamos entrando em uma ilusão, pois não o compreendemos. Isso se deve ao fato de que a resposta para a compreensão do próximo se tem quando olhamos para nós mesmos através da nossa mente, pois a nossa mente é composta pelas mesmas partículas que compõem a mente do outro. Quando olhamos para dentro (da nossa mente) e percebemos o que tem lá sem muitos julgamentos e sem condenações, acabamos nos deparando com a Verdade.
Inicialmente, quando nos deparamos com a verdade, pode ser desafiador lidar com ela, mas quanto mais aquela verdade dentro da sua mente for negada, pior. Uma das coisas que tornam a compreensão destas verdades interiores difícil são as crenças limitantes que nos foram impostas através de religiões retrógradas. Recomendamos a leitura do artigo “A Verdade Oculta: Como a História Foi Manipulada para Controlar a Consciência” após a leitura deste texto, pois serve como complemento.
Em meditação, Sidarta Gautama muitas vezes teve que lidar com os seus “demônios” interiores. Mas quando falamos de “demônios”, por muitas vezes a má compreensão deste termo acabou por mistificar o que de fato é. Quando falamos de demônios internos, trata-se das nossas sombras, sombras estas que, para que possamos nos equilibrar como seres, torna-se necessário que elas sejam domadas. Domar um demônio interno não significa jogá-los para baixo do tapete, pois fazer isso leva, na verdade, à frustração. O que levou muitos humanos a jogar as sombras para debaixo do tapete foi a religião, que fez com que, em vez de integrarmos e nos equilibrarmos com as nossas sombras, ensinou-nos a demonizá-las. Isso acabou resultando em muitos transtornos que a humanidade no presente está passando, como depressão, transtorno de personalidade e algumas doenças que acabam se materializando por níveis de estresse elevado. “Deus é misericordioso, pois se ele não fosse, ele mesmo se adoeceria.”
Percebam que a famosa frase de Jesus Cristo “Vos Sois Deuses” se encontra na conjugação verbal da segunda pessoa do plural do presente do indicativo. Essa conjugação verbal trata-se de mais de uma pessoa. Quando compreendemos de fato que o universo é mental e nos resolvemos dentro deste universo, percebemos por consequência o Deus existente dentro do outro. Então, quando eu falo sobre “não jogar os demônios internos para baixo do tapete”, trata-se de domá-los e não deixar que tais demônios os dominem, pois, como disse anteriormente, isso leva à frustração e possivelmente à doença, e por muitas vezes acaba afetando outros Deuses. Diferente do que muitos acham, não existem apenas 2 caminhos ou 2 trilhas a serem seguidos; existem 3, e seguir o caminho do meio, que é o caminho da integração e da não dualidade, faz parte da iluminação do ser. Como diz Tim Maia: “O Caminho do Bem.”
A resolução das questões dentro da nossa mente impacta diretamente na resolução do que está fora dela.
Causa e Efeito
Neste tópico, estaremos transcendendo o texto a um conceito multidimensional. Em muitas culturas, foi difundido o conceito de Karma. O karma é uma ideia central nas tradições espirituais do Oriente, especialmente no Hinduísmo, Budismo, Jainismo e Sikhismo. Derivado do sânscrito “karman”, que significa “ação”, karma refere-se à lei de causa e efeito, onde as ações de um indivíduo influenciam seu futuro.
No Hinduísmo, karma está ligado ao ciclo de samsara (reencarnação). Textos como os Vedas e os Upanishads explicam que cada ação gera energia que afeta os nascimentos futuros. O Bhagavad Gita enfatiza que ações realizadas sem desejo de recompensa não acumulam karma negativo.
Para o Budismo, karma é uma lei natural de causa e efeito, onde as intenções e ações determinam o futuro. O Dhammapada afirma que nossos pensamentos e ações moldam nosso mundo, destacando a importância da intenção.
No Jainismo, karma é visto como uma substância física que adere à alma, influenciando seu ciclo de reencarnação. Práticas como ahimsa (não-violência) ajudam a purificar a alma e eliminar o karma acumulado.
No Sikhismo, karma é reconhecido, mas a graça divina pode transcender suas influências. O Guru Granth Sahib menciona que a meditação no Nome do Senhor pode levar à libertação, superando o karma.
No Cristianismo, o que se assemelha ao Karma é o pecado, onde, por muitas vezes, no imaginário coletivo, aquele que peca pode ir para um suposto “inferno” passar a eternidade. Infelizmente, este conceito foi extremamente difundido como uma distorção da lei universal da causa e efeito, o que acabou fazendo com que a tal dualidade fosse potencializada de forma exacerbada ao ponto de deixar intrínseco na espiritualidade moderna de muitos o medo. Elaboramos mais sobre isso no artigo citado anteriormente e recomendamos a leitura do mesmo após o término deste.
Durante a passagem de Mestre Sananda pela Terra como Jesus Cristo (Yeshua), especificamente no campo de Betesda, Jesus, passando por lá, viu um homem que estava doente há muito tempo. Então ele perguntou ao homem:
- Queres ser curado?
Então o paralítico respondeu que não tinha ninguém ali para ajudá-lo a entrar no tanque quando a água era agitada, e que sempre que tentava, outra pessoa entrava antes dele. Então Jesus disse:
- Levanta, toma o teu leito e anda.
Imediatamente, o homem foi curado, pegou seu leito e começou a andar.
Quando assistimos à atualmente famosa série “The Chosen”, onde a história de Mestre Jesus ganha um visual que transcende a escrita, muitas coisas acabam sendo clarificadas. No local onde ocorreu este milagre, havia a presença de muitos soldados romanos que acabavam impondo autoridade através do medo, em uníssono com hebreus que acabavam por impor crenças que abaixavam o nível emocional do ser ao medo com a ajuda da força do estado, semelhante ao que ocorreria séculos depois na era da inquisição.
Na cena de “The Chosen”, no local onde ocorreu o milagre, vemos muitos hebreus e romanos perambulando. Os romanos carregavam consigo uma energia autoritária alinhada com a conhecida “energia arconte”. As visões distorcidas das escrituras faziam os hebreus imporem o medo no inconsciente coletivo. Percebemos que, no contexto daquela época, energias de baixa vibração que acabavam por enfraquecer o Deus interior nas pessoas já estavam presentes.
A aliança entre Deus e o povo de Israel, mediada por Moisés, continha promessas de bênçãos para aqueles que obedecessem aos mandamentos divinos e advertências de maldições para os desobedientes. Este princípio é claramente delineado em Deuteronômio 28, onde são especificadas as bênçãos reservadas aos obedientes e as maldições destinadas aos que não seguem as leis de Deus.
A aliança era entendida como um pacto coletivo, no qual a fidelidade de toda a nação de Israel era essencial para a obtenção das bênçãos divinas. A prosperidade e a proteção do povo dependiam da obediência conjunta aos mandamentos estabelecidos por Deus.
Energia é igual a informação. Quando estamos sobrecarregados de informações mal resolvidas, elas se tornam negativas, e quando acumuladas podem acabar sendo maléficas até mesmo para a saúde. Perceba que muitos evangélicos confundem a palavra “paralítico” com tetraplégico. Enquanto o tetraplégico tem a paralisia nos membros por lesão, o paralítico é um termo genérico para qualquer tipo de paralisia. Inclusive, a paralisia pode ser até mesmo psicológica. Sim, Jesus curou doentes em sua passagem na terra, apenas gostaríamos de destacar esta passagem em questão para que possamos refletir sobre a nossa capacidade de cura através da energia do “Pai”.
Lembro-me quando eu estava perdido, diagnosticado com depressão severa, dizia ao meu psiquiatra que eu estava mal ao ponto de não conseguir sair da cama. Quando eu faço essa reflexão, a compreensão disso se expande. Muitos irmãos e irmãs hoje estão acamados pelo mesmo motivo.
A humanidade atual está tendo exacerbados transtornos psíquicos que estão fazendo com que muitos acabem tendo transtornos depressivos ou até mesmo outros tipos de transtornos mentais, muitas vezes ocasionados pela má resolução das sombras por motivos religiosos e culturais. Através da vaidade, muitos pastores praticam a imposição de crenças que incluem a imposição do medo de forma intrínseca, o que é extremamente maléfico para a alma e para o coletivo em si. Pois, quando pela ignorância e até mesmo por “pressão social” seguem certas ideias, acabam sendo impactadas negativamente na psique, atrasando gerações e gerações.
É claro que, para muitos no contexto atual, a religião acaba sendo uma solução, pois outros problemas foram gerados no mundo além dos citados neste texto. Mas, quando uma pessoa não é consciente do Deus existente nela, pode acabar por reproduzir tais discursos prejudiciais para os demais “Deuses”. E quando isso ocorre, no momento que deixamos este corpo no qual a nossa alma habita, inevitavelmente o ser que praticou isto pode cair no arrependimento. É fato que, quando encarnamos aqui, acabamos caindo no esquecimento. Esta conscientização já é um passo para a cura do nosso Cristo interior, que por milênios esteve apagado.
Uma das conclusões que Sidarta Gautama teve em seu momento de iluminação foi que o único caminho para ascensão é ser alegre e gentil com as pessoas e, principalmente, não atrapalhá-las. Pois, além dele ter reconhecido o Todo, ou seja, o Deus que habita nelas, por consequência ele despertou um senso de responsabilidade. Ao atrapalhar uma pessoa, é sinônimo de atrapalhar a jornada de Deus.
Conclusão
Analogia: A Fonte Criadora é como se fosse a nascente das águas, e nós as torneiras.
Somos Deuses co-criadores em um certo estágio de evolução espiritual que, através do tempo, transcenderemos as etapas evolutivas de co-criadores que somos ao ponto de podermos co-criar coisas inimagináveis comparadas à capacidade da mente biológica humana. Muitos seres desceram a esta terra com os Cristos internos ativos para nos passar muitos ensinamentos valiosos para que pudéssemos nos lembrar desse fato que foi esquecido devido à implantação da energia arconte no planeta Terra. Ocorre que, por motivos de ignorância, muitos destes ensinamentos que são alcançados ao olharmos para dentro acabaram sendo difundidos de forma extremamente distorcida. Em eras passadas, a raça humana tinha habilidades que transcendem o que nossa atual é capaz de fazer. O Cristo Sathya Sai Baba foi uma das provas mais recentes disso.
É complexo passar ensinamentos que foram recebidos do Todo através do nosso chakra coronário, principalmente quando essas informações são captadas através da meditação ao longo de 40 dias e 40 noites, metaforicamente falando.
Que nessa transição planetária para a era de Aquário possamos nos iluminar e nos conectar com a Fonte e captar a sua energia ao ponto de nos iluminarmos como Sidarta e nos tornarmos um Buda, ascendendo o nosso Cristo interior como Jesus, ao ponto de co-criarmos mais do que nunca e ajudarmos mais e mais pessoas nessa ascensão.
Gratidão.
Não se esqueça de conferir o artigo “A Verdade Oculta: Como a História Foi Manipulada para Controlar a Consciência”, que serve como complemento deste.